domingo, 20 de outubro de 2013

Pernambucano de 11 anos surpreende ao lançar livro de 255 páginas

Arthur Basílio Pereira publicou O credo Lane pela editora Livrinho de Papel Finíssimo

Sentado em uma poltrona no canto da sala de estar, Arthur Basílio Pereira assiste concentrado a um documentário no canal pago Discovery Chanel no apartamento onde mora, na Madalena, no Recife. O menino de apenas 11 anos mantém uma rotina de hábitos e comportamento incomuns para uma criança. Admirador de carros antigos, fã dos Beatles e músico (leia-se: toca bateria, teclado, guitarra, baixo…), ainda encontra tempo (e habilidade) para escrever. É autor de uma história inusitada que virou um bloco de papel de 255 páginas publicado pela Editora Livrinho de Papel Finissímo na Bienal de Pernambuco deste ano, O credo Lane. O escritor-mirim inventou título, deu nome aos personagens e ainda idealizou a ilustração da capa e do resto das páginas.
A queda pela escrita surgiu bem antes. Filho dos bancários Lucivânia e Valdir Pereira, Arthur assustou a mãe quando, aos 8 anos, apareceu com uma redação de seis páginas que havia feito para uma tarefa do colégio. “Nunca havia procurado um psicólogo, mas, desta vez, eu fui mostrar o texto para uma amiga que trabalha na área e ela ficou impressionada. Sempre observei os talentos de Arthur. Desde cedo, ele se mostrava apto a aprender rápido e começou a ler muito”, declarou a mãe.
A redação motivou a criança a escrever a primeira história sozinho. Sentado na cadeira amarela de rodinhas do quarto, o garoto conversa como gente grande. “Não mostrei o livro a ninguém porque eu não queria que ficassem dando ‘pitaco’. ‘Ah, faça isso, faça aquilo.’ Mesmo que a ideia fosse boa, queria escrever sozinho”, confessa Arthur. De acordo com ele, a ideia para o enredo da história foi inspirado em O vendedor de sonhos, do psiquiatra e escritor de livros mais ligados à auto-ajuda Augusto Cury. “O meu livro preferido dele é O colecionador de lágrimas, que não está aqui”, diz, ao tirar da cabeceira da cama o exemplar de um dos livros do escritor.


"Com certeza, é um talento precoce, pessoa privilegiada. Mais crianças devem se sentir aptas a escrever diante de exemplos como esse. A partir do momento em que o pai ou a mãe mostram a criança a importância da leitura, ela se sentirá disponível a escrever mais. Não conheço o caso de Arthur pessoalmente, mas tenho certeza de que ele teve esse estímulo.”


Fátima Quintas, presidente da Academia Pernambucana de Letras
DIARIO DE PERNAMBUCO